Ler primeiramente:
Viver a vida mística
é viver o amor radical de Jesus. Isso diferencia radicalmente a espiritualidade
cristã da espiritualidade da Nova Era. A espiritualidade da Nova Era tenta um
caminho de evolução a partir de si mesmo, fazendo-se de si mesmo um deus e
atribuindo também a divindade à natureza e ao Cosmos, de forma panteísta. A
espiritualidade cristã, ao contrário, aponta para um Deus pessoal, um Deus que se relaciona e um Deus que ama.
Quando ocorre o Encontro, esse Deus passa a fazer habitação em nós. Há uma
ruptura radical com o passado, e a vida é radicalmente transformada. Em nosso
interior passa a haver um novo ser. A alma é transformada, e o espírito passa a
abrigar, em seu interior, o Espírito do próprio Deus.
Essa é a vida
mística. A vida mística, acima de tudo, é mistério. Porque Deus, como nos dizem
os místicos, como Pseudo-Dionísio
Areopagita e João da Cruz, é o
Incognoscível. Deus é mistério, e o momento do encontro com Deus é o momento em que passa-se a inserir-se no mistério. A vida mística no Espírito Santo não é uma vida
de poderes, emoções sensoriais, manifestações extáticas e barulho, mas uma vida
permeada por uma relação radical misteriosa de santidade e amor com o Divino.
Esse ser divino, dentro do Cristianismo, é entendido como um ser pessoal e que
se manifestou claramente aos homens na pessoa de Jesus de Nazaré. A vida
mística inicia-se, portanto, a partir de um encontro com Jesus que nos levará até o
mistério, até o relacionamento desconhecido de amor e santidade que será sempre
ascendente, que será radical, que envolverá todo o ser e apaixonará a alma.
Como diz Teresa de
Calcutá, “no silêncio, Deus fala”. Enquanto a Nova Era prega a meditação
transcendental como um caminho de autodescobrimento, a espiritualidade cristã
mais profunda ensina a oração
contemplativa, que é um relacionamento de amor entre o homem e Jesus, no qual a alma se descobre. Um
Jesus subestimado pela contemporaneidade porque é um Jesus desconhecido, a doce
preciosidade de Nazaré, que permanece por muitos esquecido, mas que espera para
ser descoberto e levar a alma a um caminho ascendente e sem retorno no qual se
crescerá ao infinito pelos caminhos do amor, porque o caminho de Jesus de
Nazaré não é outro caminho senão o caminho do amor, um amor radical esquecido,
mas que espera para ser encontrado.